Apresentação
A FLIAN – Feira Literária de Andaraí, sediada na cidade natal de Herberto Sales, não poderia ter outro princípio que não, o fortalecimento e a democratização do acesso ao livro e práticas de leitura e memória, bem como da institucionalidade das políticas públicas da Cultura e da Educação, constituindo sua interface com a cidadania e as políticas afirmativas. Consolida-se, assim, a inserção desta cidade histórica baiana, situada na Chapada Diamantina, no calendário de feiras e festas literárias que acontecem no Estado da Bahia e no Brasil.
O projeto FLIAN se baseia no tripé da identidade, territorialidade e diversidade cultural, tendo como objetivos, além do livro e a leitura, a relevância do patrimônio material e imaterial, as linguagens artísticas e as manifestações culturais, consideradas fontes fundamentais a formação cidadã e do conhecimento.
Nas entranhas da Serra do Sincorá, o tempo esculpiu vales profundos e escarpas imponentes, revelando, na pedra, a memória dos dias. São camadas de histórias gravadas em arenitos e quartzitos, onde antes cintilavam diamantes e carbonados. Hoje, não mais a ganância das lavras, mas o brilho das palavras ressoa entre os ventos e as águas que descem das chapadas.
O território que a geologia desenhou com sua força é também palco de narrativas vivas, trançadas na oralidade dos povos que aqui fincaram raízes. É com essa certeza — e com imensa alegria — que abrimos os caminhos para a 4ª edição da FLIAN – Feira Literária de Andaraí, que acontecerá entre os dias 24 e 26 de abril de 2025, no coração desse território de identidade.
Com o tema “Narrativas e Oralidades na Serra do Sincorá”, o evento propõe um mergulho nas histórias que ecoam das comunidades tradicionais, das matrizes afro-indígenas que moldam a Chapada Diamantina e de um povo que transforma a palavra em resistência e pertencimento.
Nesta 4ª edição, a FLIAN, sediada na cidade natal do jornalista e escritor Herberto Sales, enfatiza a linguagem e a memória da Serra do Sincorá em um recorte das lavras diamantinas, cujas narrativas estão presentes nas obras de escritores genuinamente chapadeiros, como o próprio Herberto Sales, Afrânio Peixoto, Fernando Sales, Joaquim Coutinho, Ângela Vilma, Gislene “Mô” Moreira, Mirandi Oliveira, Lísias Azevedo, Micaela Ramos, Everaldo Soares, Delmar Araújo, Juvenal Payayá, Edilene Payayá, Glauce Oliveira, Helen Carregosa, Kalypsa Brito, José Leopoldo Albuquerque, Irapoã Casil, Fábio Diógenes, Jaqueline Alencar, Roberto Gomes, entre tantos e tantas.



